Anoitan

“Se sempre há um amanhã, sempre há um anoitã.”

Rios de Vida – Meridianos e Ch’i

Posted by adi em fevereiro 26, 2010

Os chineses ensinam que o Ch’i se transporta pelo corpo através dos 12 principais canais de energia, conhecidos como meridianos.

Cada meridiano se conecta a outro por intermédio dos nossos órgãos e sistemas principais e o Ch’i flui irrigando e nutrindo órgãos e tecidos, promovendo o efetivo funcionamento do organismo. Os meridianos correspondem a uma rede complexa, altamente imbricada e cobrem todo o corpo, estabelecendo canais entre órgãos, vísceras, o interior e a superfície corporal, o Yin e o Yang.

A obstrução de um meridiano reduz a circulação do Ch’i, gerando desequilíbrio interno e doença. Por exemplo: o canal do meridiano do coração flui do coração às axilas e desce pelo braço até o dedo mínimo. Sua obstrução explica por que algumas pessoas com problemas cardíacos reclamam de um formigamento que corre do braço até os dedos da mão.

A necessidade de compreender a ação do Ch’i e de desenvolver métodos que permitam que ele flua sem obstruções, cumprindo assim sua função, geraram classificações. A ação do Ch’i na fisiologia é classificada pelos opostos complementares, energia (Yang) e matéria (Yin). O aspecto Yang (energia) recebe o próprio nome Ch’i e o aspecto Yin (matéria) recebe o nome Jing.

Além disso, cada um de nós possui o Ch’i Ancestral, que é a força transmitida por nossos pais, a hereditariedade responsável pelo movimento de perpetuação da espécie; e o Ch’i Adquirido, energia do meio ambiente que assimilamos pela respiração e pela alimentação.

Yin e Yang : o côncavo e o convexo

Dia e noite, luz e escuridão, atividade e repouso. A observação das leis naturais deu origem ao conceito de Yin e Yang, a primeira manifestação do Tao, isto é, do vazio. A dualidade Yin e Yang é a expressão da variação sucessiva de estados opostos. Nada é absoluto e tudo contém em si a semente de seu contrário. A imagem que representa isso é o símbolo do Tao. O símbolo do Tao sinteza o equilíbrio de forças ao mesmo tempo opostas e complementares: o lado preto é Yang e já contém uma semente de Yin, representado pelo círculo branco; o lado branco é Yin e contém a semente do Yang.

A interdependência entre Yin e Yang mostra uma relação de reciprocidade: um depende do outro, não existe separadamente e não há separação. Todas as coisas são governadas por esse princípio, como as enchentes e os refluxos das marés, as órbitas dos planetas e seus movimentos em torno do sol, a extensão e contração dos músculos, a expansão e contração do coração, o enchimento e o esvaziamento dos pulmões quando você inspira e expira. Juntos, Yin e Yang produzem energia e todos os fenômenos, atraem-se mutuamente e ao mesmo tempo se repelem.

O dia é Yang, mas, ao alcançar seu apogeu, o Yin dentro dele começa a se desenvolver emostrar-se gradativamente. Para existir o Yin é preciso haver o Yang, assim como não existe frio sem calor, não há sombra se não houver a luz.

No ser humano essas forças também estão presentes: o homem é mais Yang e menos Yin, já a mulher é mais Yin e menos Yang. Quando esses dois elementos estão mesclados em proporções corretas em nosso organismo, fornecem equilíbrio energético, gerando saúde. Quando as proporções se alteram, vem a doença, pois a deficiência de um leva ao excesso do outro. Exemplos:

– agitação, insônia e nervosismo são excesso de Yang e falta de Yin;

– apatia, sonolência diurna e timidez excessiva são falta de Yang e Yin demais.

O que pode estar na origem da alteração energética?  Excesso de trabalho, de comida, de bebida, vícios como o cigarro e falta de respeito aos ritmos da natureza, para citar apenas alguns fatores.

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Dr. Jou Eel Jia e Lúcia Cristina de Barros.

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